
A medicina comprova: Não se deve diminuir o ritmo dos exercícios depois dos 50 anos. Correr com intensidade é parte da receita para uma velhice com qualidade de vida.
O aumento da longevidade é um fenômeno mundial que impõe uma série de desafios, como melhorar a qualidade de vida durante a velhice. Um grupo de médicos da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, deu uma colaboração nesse sentido. Divulgaram uma pesquisa elaborada ao longo de duas décadas que aponta a corrida como um ótimo aliado para retardar as conseqüências nefastas do envelhecimento.
Os pesquisadores investigaram ainda se os riscos de lesões musculares e nas articulações, comuns entre corredores, representam uma ameaça aos benefícios que o exercício pode oferecer a quem tem idade avançada. A probabilidade de lesões no grupo de corredores, mostra a pesquisa, é compatível com a de pessoas que não correm.
Um dos maiores barreiras à prática de corrida por pessoas mais velhas é a crença equivocada de que esse exercício é desgastante demais para o organismo de quem já passou da faixa dos 50 anos disse o médico americano James Fries, especializado em doenças reumáticas e envelhecimento, um dos autores do estudo.
De acordo com a pesquisa, pessoas acima de 50 anos que praticam corrida regularmente vivem mais e desfrutam uma qualidade de vida melhor na velhice. Segundo os pesquisadores, tais benefícios valem também para outros exercícios aeróbicos vigorosos, como pedalar e caminhar em ritmo acelerado, principalmente quando se provoca o suor e o coração trabalha perto de 85% de sua freqüência cardíaca máxima.
Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores americanos acompanharam 961 pessoas que tinham entre 50 e 72 anos de idade no início do estudo, em 1984. Os participantes foram divididos em dois grupos. Um deles era formado por pessoas que corriam, em média, quatro horas por semana – tempo que encolheu para 76 minutos semanais no final da pesquisa. O outro grupo era composto de sedentários ou praticantes de atividades físicas leves ou moderadas. Ao longo das duas décadas seguintes, com o aumento da idade dos participantes, ambos os grupos registraram um acréscimo nos índices de fragilidade física para o desempenho de tarefas cotidianas. Entre aqueles que praticavam corrida, a incapacitação apareceu, em média, dezesseis anos mais tarde. As taxas de mortalidade relacionadas a algumas das principais causas de óbito entre idosos, como distúrbios cardiovasculares e neurológicos, câncer e infecções, também foram maiores entre os não-corredores.
A questão que aflige muitos corredores tardios é a quantidade de exercícios para não cometer exageros.
A maioria dos benefícios é obtida com três horas semanais de corrida. Correr melhora a capacidade cardiorrespiratória. Além disso, o impacto dos pés contra o solo ajuda a fixar o cálcio nos ossos e, dessa forma, é um bom auxiliar na prevenção da osteoporose. A doença, que deixa os ossos fracos e quebradiços, atinge 200 milhões de pessoas no mundo, 10 milhões delas no Brasil.
Recomenda-se associar corrida a exercícios de força e alongamento, para fortalecer a musculatura e diminuir os riscos de lesão.
Recomenda-se associar corrida a exercícios de força e alongamento, para fortalecer a musculatura e diminuir os riscos de lesão.
A corrida se popularizou muito no Brasil na última década. A Corpore, o maior clube de corredores de São Paulo, registrou aumento de 311% no número de cadastros nos últimos cinco anos. A modalidade conquista adeptos, principalmente, porque proporciona resultados rápidos.
Não se esqueça, antes de iniciar suas atividades, procure um cardiologista, faça alguns exames. Recebendo a liberação do seu médico é hora de procurar um profissional de educação física, ele vai orientar na distribuição do seu treinamento semanal. Bons treinos!