Há duas tendências sociais cruciantes para pessoas acima do peso ideal; uma é a grosseira e desumana discriminação estética e a outra é encarar o obeso como uma pessoa que não tem força de vontade e que ele é assim por que é preguiçoso.
Algumas vezes, isto gera preconceito em relação à pessoa obesa, dificuldades para relacionamentos sociais e afetivos, problemas para encontrar emprego e até mesmo quadros psiquiátricos conseqüentes a essa marginalização. Recebo muitos e-mails perguntando sobre como emagrecer ou de como se livrar das gorduras indesejadas.
Além da regra básica de investir em uma alimentação balanceada e de preferência orientada por profissionais da área de nutrição, para queimar bastante gordura é essencial aumentar o número e o tamanho das mitocôndrias, que são organelas importantes para a respiração celular e são responsáveis pelo processo de queima das gorduras. No entanto, para multiplicá-las e aumentá-las é necessário fazer exercícios prolongados (acima de 40 minutos) e com frequência praticamente diária. É por esta razão que as pessoas comentam que aulas de spinning ou treinos de corrida fazem o indivíduo “secar”.
Ao realizar treinos aeróbios frequentes e prolongados, o corpo acaba se adaptando a esta demanda energética aumentada. Uma forma de gerar mais energia é queimar os estoques de gordura que ficam armazenados na cintura, abdome, coxas e outras regiões. De fato, a queima das gorduras gera muito mais energia do que queimar carboidratos. Só que, para “ensinar” o corpo a queimar mais gordura, é preciso realizar estímulos (sessões de exercícios aeróbios - contínuos ou intervalados) prolongados e com frequência semanal alta.
Quando se realizam intervenções com o objetivo de reduzir o peso, um dos maiores problemas que se encontra é diminuição do metabolismo de repouso, ou seja, passa-se a utilizar menos energia, facilitando a recuperação da gordura perdida.
Atividades intensas produzem maiores gastos calóricos e elevações na taxa metabólica de repouso por tempo e magnitude proporcionais a intensidade da atividade, a musculação pode ser orientada para ter característica intervaladas de alta intensidade e trazer os benefícios citados anteriormente. Alguns autores verificaram utilização de gordura até 62% acima do “normal”, mesmo 14 horas após a musculação! E os benefícios não se resumem a mera diminuição no tecido adiposo. O treinamento com pesos estimulará a síntese de proteínas musculares melhorando sua estética e as funções do aparelho locomotor.
A obesidade é considerada hoje uma doença, tipo crônica, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitas doenças e que causa a morte precoce.
Nossa cultura, altamente consumista, tem por hábito a ingestão excessiva de alimentos supérfluos, como balas, bolachas, salgadinhos, etc. Inclusive no relacionamento social, agraciamos nossas visitas, amigos, com jantares, lanches, happy hour, etc.
Hoje, consomem-se muito mais gorduras na alimentação do que no passado. Só como curiosidade, em 1890, menos de 20% da energia usada pelo corpo humano era proveniente das gorduras, enquanto que, actualmente, nos países ricos, essa percentagem é de mais de 40%.
Admite-se que a porcentagem de gordura corporal deve situar-se entre 15 e 18% para o sexo masculino e entre 20 e 25% para o sexo feminino. Podem ser considerados obesos os homens com percentual superior a 25% e as mulheres com mais de 30%.
O principal mecanismo da obesidade é um desequilíbrio entre a formação e a destruição de células adiposas (de gordura) no organismo. Todas as calorias que comemos pode ser transformadas e armazenadas sob a forma de células adiposas e, o que gastamos (gasto calórico), favorece a destruição destas células. Portanto, a obesidade em si não significa, obrigatoriamente, que a pessoa coma muito, significa também, que ela gasta pouco do que come, ou seja, SEDENTÁRIA.